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Por Dr. Mário Sérgio Rossi Vieira

... o estresse é inevitável e, portanto é necessário que nos preparemos para lidar com os agentes estressores desenvolvendo técnicas e estratégias para administrar o nosso dia a dia de modo harmonioso.

O Dr Mário Sérgio e o Dr Benson

na Harvard Medical School da Universidade Harvard nos Estados Unidos.
 

O estresse faz parte da vida humana desde tempos imemoriais e é fundamental como mecanismo de sobrevivência. O Fisiologista de Harvard, Hans Seyle, no começo do século XX, foi o primeiro a descrever a "resposta ao estresse" como uma reação fisiológica, onde se desencadeiam diversos mecanismos neurológicos e endocrinológicos natos e voltados para a sobrevivência.

O Dr. Hans definiu estresse como "uma resposta inespecífica do organismo a qualquer demanda feita sobre ele". A demanda pode ser uma ameaça, um desafio ou qualquer tipo de mudança que requeira adaptação. Esse mecanismo adaptativo, que visa proteger o organismo, também é conhecido como "resposta de luta ou fuga", já que evoca instantaneamente, reações biológicas para enfrentamento, ou por outro lado, afastamento, ao estímulo ameaçador.

Nossos ancestrais há milhares de anos, e de quem herdamos grande parte da carga genética e reações biológicas, já apresentavam esse padrão de resposta orgânica. Ao serem atacados por um Tigre de Sabre, ou sentirem-se ameaçados pela iminência de um ataque, seu organismo reagia automaticamente por uma cadeia de reações hormonais e bioquímicas objetivando uma rápida resposta para a situação.

Podemos perceber claramente a resposta de estresse agudo em nosso próprio organismo, quando tomamos um susto, ou quando estamos na iminência de alguma situação desafiadora, como, por exemplo, entrar em um carrinho de montanha russa. O coração instantaneamente dispara, nossas pupilas dilatam, ficamos com o rosto pálido, as mãos frias, uma sensação de vazio no estomago, além de medo e apreensão. Assim, a resposta de estresse nos capacita com um pulso extra de energia, acelerando o organismo, em situações emergenciais, mobilizando o organismo para agir instantaneamente.

Os mesmos mecanismos que evocaram a resposta de estresse podem, também, desligá-los. Depois de decidir que a situação não é mais ameaçadora, o cérebro para de deflagrar estímulos bioquímicos que provocam a reação de estresse. A química corporal que foi alterada pela "resposta de luta e fuga" é metabolizada e temos condição de voltar ao normal no espaço de alguns minutos. Se, entretanto, o estímulo persiste, ou o acúmulo de pequenos estímulos estressantes continua a existir, as reações bioquímicas da resposta do estresse são perpetuadas, levando o sistema orgânico à exaustão.

Fundamental observar que no final das contas, o modo como reagimos aos agentes estressores, sejam eles grandes ou acúmulos de pequenos problemas é o que determina a resposta de estresse em nosso organismo. Portanto a má adaptação em relação aos agentes estressores é o "x" da questão.

Hoje em dia, os agentes estressores são outros, e incluem uma série de fatores advindos de um mundo de contrates, no qual o excesso e hiper-estimulação imperam. Os nossos "Tigres de Sabre" tem a forma de violência urbana, trânsito, longas horas de trabalho, preocupações com o futuro, demandas familiares, etc. A resposta do estresse se torna danosa quando crônica, levando a um quadro de depleção metabólica e desequilíbrio hormonal. Isso aumenta as chances de quadros ansiosos e depressivos, insônia, obesidade, dores de cabeça, alterações do aparelho digestivo, dores musculares, dores nas costas, alteração da função imunológica, fadiga crônica, etc. Muitos pesquisadores afirmam que cerca de 70% das consultas médicas estão direta ou indiretamente relacionadas ao estresse crônico.

Sabemos que o estresse é inevitável e, portanto é necessário que nos preparemos para lidar com os agentes estressores desenvolvendo técnicas e estratégias para administrar o nosso dia a dia de modo harmonioso. O termo "resiliência" refere-se à capacidade de adaptação ao estresse. Ele é muito utilizado quando se estuda o impacto do estresse nos indivíduos e na população como um todo.

A resiliência interna varia de pessoa para pessoa e esta relacionada a diversos fatores, inclusive genéticos. Entretanto, há certas características que as pessoas mais resilientes tendem a compartilhar, e incluem estarem mais aptos fisica e mentalmente para as batalhas do dia a dia.

O Karate-Do, por ser uma prática que conjuga componentes de treinamento físico e mental, integrados em um ambiente que promove socialização entre seus pares, é um forte aliado para desenvolvermos mais resiliência em nossas vidas.

  1. O Karate Do alia em sua prática um estímulo físico completo, condicionando o metabolismo e a melhora da nossa capacidade aeróbica e anaeróbica; coordenação e equilíbrio psicomotor; força e resistência muscular; flexibilidade de músculos, ligamentos e capsulas articulares; consciência corporal; além de foco e concentração sensorial. Os benefícios da prática de atividade física foram estabelecidos há bastante tempo. Inúmeros estudos comprovam que as mudanças fisiológicas e bioquímicas provocadas pelo exercício físico regular contribuem para a promoção da saúde física e mental. E atualmente, várias linhas de pesquisas mostram as ações positivas da sua prática regular, em relação ao controle dos sintomas advindos do estresse cotidiano e fadiga cronica.
  2. Os cientistas ressaltam que a perseverança e capacidade de enfrentamento das situações cotidianas aliados a uma postura emocional de flexibilidade e adaptabilidade são características importantes para uma maior resiliência ao estresse. A prática do Karate-Do engloba esses aspectos mentais e emocionais em treinos circunscritos ao DOJO. E de modo natural esse desenvolvimento mental e emocional é transferido para o nosso cotidiano.
  3. A prática meditativa denominada Mokuso no Karate DO, quando realizada com regularidade, pode contribuir para nossa melhor adaptação aos estímulos de estresse. O Dr. Herbert Benson, Professor de Harvard, nos anos 70, foi um dos pioneiros em estudar os efeitos da meditação à luz do conhecimento científico ocidental, descrevendo os seus efeitos na fisiologia do organismo. Ele constatou que o nosso organismo tem a capacidade de atingir um estado fisiológico de relaxamento (físico, mental, emocional e metabólico), oposto ao estado de estresse, o que denominou de "resposta de relaxamento". Nós podemos treinar o próprio organismo para evocar voluntariamente essa resposta fisiológica inata, de várias maneiras, especialmente, pela prática regular da meditação e por exercícios de respiração diafragmática (abdominal).
  4. O Karate-Do esta inserido em um contexto de ancestralidade cultural que promove compartilhamento social e parâmetros de conduta. O DOJO KUN é um código de conduta para os praticantes dessa Arte Marcial que resume de forma brilhante aquilo que se espera de um Karate-Ka. A mensagem principal é que o Karate Do seja antes de tudo, um instrumento para o aperfeiçoamento pessoal. O modelo a ser seguido enfatiza que características como a perseverança e temperança são fundamentais para o desenvolvimento do praticante. Vários estudos científicos no campo da psicologia relacionam essas características emocionais com uma maior resiliência ao estresse. Além disso, a sensação de pertencimento a um grupo com características semelhantes reforça no indivíduo traços de segurança interna e acolhimento, o que contribui ainda mais para o aumento da resiliência emocional.

Tudo isso nos mostra que a prática do Karate Do contribui para lidarmos melhor com o estresse diário. Vamos então celebrar treinando cada vez mais... "Bom treino e nos vemos no DOJO"!

 

MarioSergioDr

 

 

 

... com o tempo, você perceberá que o Karate-Do não é apenas algo a ser aprendido, mas algo para ser vivido.

Publicações: Artigos, Comunicados ...

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